
Um caso de briga entre duas alunas menores de idade do Instituto Estadual de Educação Marcilio Dias, ocorrido na última terça-feira (10), nas proximidades do colégio, ganhou grande repercussão nas redes sociais, levantando debates sobre violência entre jovens, responsabilidade no compartilhamento de imagens e a necessidade de políticas públicas de apoio às escolas.
A orientadora educacional da instituição, professora Luciana Carvalho Rocha, falou sobre o ocorrido em entrevista à Rádio Maristela, no dia 12 de junho, quinta-feira, destacando a importância da prevenção e do diálogo. O incidente aconteceu no final da tarde, fora do horário escolar, quando parte da equipe pedagógica já havia deixado o local. Duas adolescentes de 15 anos, alunas do ensino médio em turnos diferentes, se envolveram em uma agressão física que foi registrada e amplamente divulgada em plataformas digitais.
Luciana expressou preocupação não apenas com o ato de violência, mas com a forma como o caso foi tratado nas redes. “A preocupação era filmar e postar, sem pensar nas consequências para as jovens envolvidas”, disse. Ela criticou a banalização da situação e a falta de empatia de quem compartilhou as imagens, ressaltando que as alunas são menores de idade e não tiveram sua privacidade respeitada.
A orientadora também destacou que a escola trabalha constantemente com práticas restaurativas e mediação de conflitos, mas enfrenta desafios como a superlotação de salas e a falta de profissionais especializados, como psicólogos e assistentes sociais. “Precisamos de mais investimento em políticas públicas. A lei nos ampara, mas na prática, não temos estrutura suficiente”, afirmou.
FAMÍLIAS FORAM CHAMADAS E CONSELHO TUTELAR ACIONADO
Após o ocorrido, a escola chamou as famílias das estudantes e acionou o Conselho Tutelar para acompanhar o caso. “Elas precisam de atendimento psicológico e emocional, algo que vai além do ambiente escolar”, explicou Luciana. Apesar de o fato ter acontecido fora da escola, a instituição se mobilizou para oferecer e, já que as alunas fazem parte da comunidade escolar.
A professora ainda lamentou que situações negativas ganhem mais visibilidade do que os projetos positivos desenvolvidos no colégio. “Convido todos a conhecerem o trabalho maravilhoso que fazemos na escola. Infelizmente, o que viraliza são os casos de conflito”, disse.
RESPONSABILIDADE DIGITAL E PAPEL DA SOCIEDADE
Para Luciana, o episódio serve como alerta sobre a necessidade de maior conscientização no uso das redes sociais. Ela ainda reforçou a importância da parceria entre família e escola para orientar os jovens, destacando que muitos adolescentes estão em uma “liberdade desassistida”, sem o devido acompanhamento.
FOTO: ARQUIVO ESCOLA