Dia Nacional do bioma mais ameaçado do Brasil foi celebrado em 27 de maio. Em um plantio simbólico organizado por ativistas da Onda Verde, a Praça Alberto Teixeira da Rosa, ao lado da Feira Ecológica Lagoa do Violão, recebeu no último sábado, 31 de maio, uma muda de jerivá e duas de ipê-amarelo.
As espécies nativas foram escolhidas em função da resistência, potencial de embelezamento e de alimentação de polinizadores. “O jerivá é importante porque é resistente, é uma palmeira nativa. Muitas vezes a pessoa quer plantar por exemplo o açaí (palmeira juçara), mas aqui na praia, a árvore de ambiente ombrófilo, florestal, ela acaba morrendo, pega muito sol, muito vento, então o jerivá é bem mais resistente. O ipê-amarelo faz parte de uma campanha da Onda Verde, que a gente considera que a cidade merece ficar mais florida, não só pelo embelezamento, que as arvores podem trazer, mas também pelos agentes polinizadores, como as abelhas, que precisam cada vez mais de árvores floríferas”, justificou o presidente da ONG, Christian Linck da Luz.
Para a voluntária Leonila Quartiero Ramos, Torres até pode ser uma cidade verde, mas não tem flores. Por este motivo a Onda Verde tem priorizado o cultivo de árvores com flores, como o açoita-cavalo e o ipê-amarelo, dentre outras nativas e floríferas, na campanha Cidade mais bonita com árvores floridas.
DÉFICIT DE ARBORIZAÇÃO
O índice de arborização urbana no Litoral Norte, incluindo Torres, tem uma deficiência de aproximadamente 50%, segundo um estudo realizado por alunos e alunas do Curso de Biologia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), no campus do município. Isso quer dizer que se as praças e calçadas da cidade têm 10 mil árvores, ela teria, em média, espaço para mais 10 mil árvores, no mínimo.
“Muitas vezes a gente vê calçadas vazias, então a arborização urbana, ela é extremamente importante para captação da água da chuva, sombreamento, captura de carbono, produção de frutos, de flores, para os agentes polinizadores e pelo embelezamento. Então é sempre positivo a gente trabalhar em cima da arborização urbana”, salientou o professor doutor Christian. O professor lembra que, apesar da boa vontade de muitas pessoas, é preciso trabalhar de maneira correta: “Então é muito importante a escolha da árvore adequada ao local. Árvores pequenas para espaços pequenos, onde as raízes não vão estragar a calcada e a fiação e, árvores maiores, em ambientes onde existe espaço para isso”.
FONTE: CENTRO ECOLÓGICO / MIRIAM SPERB