Está aberta a temporada de monitoramento das baleias em Torres, e as primeiras gigantes dos mares já deram o ar de sua graça. A temporada de avistamento de baleias na região de Torres ocorre de julho a outubro, com seu ápice entre agosto e setembro. Entre os dias 30 de junho e 05 de julho foram foto-identificadas oito baleias-franca, incluindo duas recapturas emocionantes. As recapturas representam indivíduos avistados em mais de um dia, proporcionando valiosos insights sobre sua fidelidade aos locais de alimentação e reprodução.
Este é o sétimo ano consecutivo do projeto de observação e monitoramento de baleias, o Farol das Baleias, principalmente utilizando drones. Inicialmente, as observações eram feitas a partir do Morro do Farol de Torres por pesquisadores e voluntários, mas agora o monitoramento com drones permite uma visão muito melhor das baleias, facilitando sua identificação individual.
O Projeto é do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS), que completa 33 anos neste ano. Com uma equipe de oito pesquisadores e vários estudantes associados, o grupo trabalha o ano inteiro com pesquisa, conservação e gestão de recursos marinhos.
OBSERVAR AS BALEIAS
De acordo com o pesquisador do Projeto Farol das Baleias, o biólogo Daniel Danilewicz, em entrevista na Rádio Maristela 106.1 FM, a temporada de avistamento é fundamental para entender como as baleias estão utilizando o ambiente, especialmente com a possível construção de um porto na região.
“Além das questões de conservação, os pesquisadores buscam respostas para perguntas biológicas, como o tempo de retorno das baleias ao mesmo local. Este ano, duas mães que apareceram em 2021 retornaram a Torres, reforçando a importância da cidade e do Litoral Norte gaúcho.
De acordo com o pesquisador, todos os grupos avistados foram compostos por mães e seus filhotes, um sinal promissor para a saúde da população local de baleias-franca. Ao longo de seis dias intensos de coleta de dados científicos, os pesquisadores reuniram informações sobre o comportamento, movimentação e ecologia dessas majestosas criaturas marinhas. As avistagens e detalhes serão compartilhados semanalmente na rede social do projeto no Instagram @faroldasbaleias.

Para ajudar na identificação, os pesquisadores prepararam algumas dicas para diferenciar baleias-franca de jubarte:
Nadadeira Peitoral:
Franca: Curtas, largas em forma de trapézio
Jubarte: Extremamente longas, chegando a um terço do comprimento do corpo
Cauda:
Franca: Larga com pontas ligeiramente arredondadas
Jubarte: Com bordas serrilhadas e padrões únicos de pigmentação (manchas pretas e brancas) no lado ventral
Cabeça:
Franca: Grande com calosidades distintas, únicas para cada indivíduo
Jubarte: Mais fina, lisa com tubérculos, cada um com um fio de pelo
Borrifo:
Franca: Em forma de V, visível a longas distâncias
Jubarte: Mais espesso, redondo, em forma de arbusto
Nadadeira Dorsal:
Franca: Não possui nadadeira dorsal
Jubarte: Nadadeira dorsal pequena e encurvada
FOTO: ARQUIVO / FAROL DAS BALEIAS